A afirmação acima é da vice-presidenta da Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho (ANPT), Lydiane Machado e Silva, e foi dita ontem, 15 de agosto, durante a solenidade de inauguração da “Sala da Amamentação” da Procuradoria-Geral do Trabalho. Na ocasião foi comemorado também o Dia da Gestante.

Em sua manifestação, a procuradora falou sobre a maneira como a sociedade, notoriamente patriarcal, impõe inúmeras dificuldades para que as mulheres alcancem espaço e visibilidade no mercado de trabalho. “As mulheres vão sendo desencorajadas a ocuparem esses espaços, seja porque eles são culturalmente hostis, seja porque não são fisicamente acolhedores”.

De acordo com Lydiane Silva, uma sala para amamentação, um trocador no sanitário masculino, um banheiro destinado exclusivamente a crianças, a concessão de um trabalho remoto concedido ou de uma licença parental têm em comum um olhar diferenciado sobre a responsabilidade de prover e cuidar de uma criança, que sempre foi retirada das mãos dos homens e depositadas exclusivamente na conta das mulheres. 

“O que celebramos hoje, portanto, conta muito e tem a capacidade de promover um ciclo virtuoso, pois um ambiente acolhedor para mães, filhos e filhas, incentiva a entrada e a manutenção das mulheres em espaços em cuja predominância é masculina. Sob outro enfoque, joga luz para a divisão sexual do trabalho e como ela precisa ser melhor equalizada para que se alcance o postulado da igualdade material, constitucionalmente assegurado”, informou a vice-presidenta.